quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Crime e Castigo, Minhas Sensações



" - O que está fazendo? O que está fazendo? Ajoelhado diante de mim? - murmurou ela, pálida, e bruscamente sentindo o coração apertar-se.
- Não foi diante de ti que me curvei, mas diante de todo o sofrimento humano."

Crime e Castigo - Dostoiévski


     Se alguém soubesse o impacto que essas palavras causaram em mim...
A sensação que tive ao chegar ao fim do livro não é comparável à qualquer outra que eu já possa ter tido, nem  em relação  à "Humilhados e Ofendidos", obra do mesmo autor, e  nem mesmo à "Os Miseráveis" - Vitor Hugo, que até então ocupava o lugar de minha literatura preferida. Crime e Castigo superou todas.

     Eis-me agora à explicar o porquê de minhas sensações tão aguçadas em relação à obra.

   Em primeiro, Fiódor Dostoiévski, é um gênio no tange à argumentar sobre a pobreza e a necessidade.Essa mesma explanação é também encontrada em Humilhados e Ofendidos (bem, talvez eu que tenha uma queda pelo assunto, visto que o enredo de  Os Miseráveis também gira em torno da pobreza). Além de descrevera pobreza de uma maneira muito minuciosa, ele descreve magistralmente, os sentimentos humanos, os pensamentos mais íntimos. Tudo bem que são personagens, mas ele revela o que pode se passar no íntimo de qualquer pessoa, se mostra, portanto, um profundo conhecedor da alma humana. Não podemos desvincular  do personagem alguns pontos de personalidade do próprio autor. Sondamos então, a profundidade da alma do próprio Dostoiéviski

     Para ser sincera, até a metade do livro, estava achando o personagem central da obra,  Rodion Românovitch Raskólnikov, um tanto sem graça, me interessava mais por seu desengonçado e engraçado amigo, Razumikhin. Mas logo, o drama em que vive  Raskólnikov, me envolveu de tal maneira que tinha a sensação de ser ele, em alguns momentos. É impossível ler a mentalidade deste e não se identificar com alguns pontos, claro que não estou me identificando com um assassino mas sim com um jovem estudante que sonha muitas coisas em relação ao futuro, não sabendo, entretanto, de que maneira todos esses sonhos poderão de realizar. 

     Outro aspecto interessantíssimo é a criatividade de Dostoiéviski em criar o nome de alguns de seus personagens baseando-se na personalidade de cada um deles. Não vou entrar em detalhes, quero incitar a curiosidade de mais pessoas à lerem a obra. A edição que eu li, explica cada um dos nomes e até mesmo o momento em que os personagens passam a se tratar pela segunda pessoa do singular, ou seja Tu, porque há um severo cuidado em se tratar uns aos outros de senhor, senhora (a conjugação para estes está na 3ª pessoa do singular, eis a diferença).

     Raskólnikov, ex-estudante de Direito, publica uma teoria onde divide as pessoas em duas categorias: ordinárias e extraordinárias. Estes estão acima da lei, não que lhes seja lícito praticar crimes, mas esses crimes podem ser justificados dependendo de boas obras que podem resultar dos mesmos. Essa ideia toma a cabeça de Raskólnikov de tal maneira que ele, acreditando ser da categoria dos extraordinários comete seu crime. Ele só não contava com o castigo que sua própria consciência iria aplicar-lhe, e como já falei em um outro poste, esse é o pior castigo.

     Amor e redenção são o desfecho da obra. Enfim, o que realmente mais me impressionou foi a descrição dos sofrimento humano, dos sentimentos, da maneira de cada personagem se ver e ver os outros. É uma obra indispensável à qualquer pessoa valorize nosso gênero humano, às particularidades comuns à todos, amor, ódio, apatia, arrependimento.

Agradeço, imensamente ao meu amigo Michael Willians por ter me presenteado com esta obra, em ocasião de um amigo oculto de fim de ano.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Cultura- Culto à Loucura



É tudo Cultura, Cultura é tudo. Porque da Cultura, pela Cultura, para Cultura. Cultura é tudo, tudo é Cultura. Cultura é Loucura, Loucura é Cultura, depende da Cultura, depende da Loucura. É tudo Cultura, Cultura é tudo.

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